Vou te fazer uma pergunta:
“Por que seu cliente deveria escolher o seu produto?
”. Se a sua resposta é “porque meu produto é melhor por x, y e z”, eu gostaria de te lembrar que, possivelmente, você está seguindo um caminho muito arriscado com a sua empresa: um caminho
sem o cliente.
Afinal, quando nos perguntamos por quê nossos clientes deveriam escolher nossos produtos, existe um fato muito importante a ser considerado: a voz do cliente. Já encontrei muitos vendedores que pensavam que a decisão do cliente era igual à voz dele. Mas não é. Pois, infelizmente, o cliente não é apenas uma máquina em que você deposita uma solução e ele te devolve um negócio fechado, como um caça-níqueis.
Portanto, para guiar melhor todos no caminho com o cliente que toda venda deveria seguir, eu gostaria de falar um pouco sobre a importância das perguntas.
“Meu produto é o melhor porque ele possui x”
. Essa pode parecer uma ótima forma de convencer alguém a comprar seu produto. Contudo, precisamos falar sobre o que você está realmente passando para o seu cliente.
Primeiramente, uma reunião com um cliente não é uma palestra de apresentação da sua solução. Essa fase já passou. Ademais, você não é um rádio ou um comercial ambulante. E por que isso é ruim? Porque o seu cliente vai absorver menos da mensagem que você quer passar.
Pense em um comercial de qualquer produto. Quanto mais informação dura e direta ele trazer, menos memorável ele será. Agora, quanto mais carga visual, simbólica e mesmo emotiva ele trouxer, mais ele ficará na memória. Assim, prefira ser um comercial interativo e dinâmico, e não uma lista ininterrupta das qualidades do seu produto.
Quanto mais momentos você oferecer para seu cliente poder interpelar, falar, perguntar e participar, mais você estará possibilitando que ele caminhe com você em direção à venda!
Viram como, no tópico anterior, falamos que falar sobre por quê o seu produto é melhor é uma forma de
convencer
o cliente a comprar seu produto? Pois bem, melhor esquecer essa ideia!
Muitos vendedores acham que vender é falar o máximo que puder e, então, convencer o cliente a comprar sua solução. Mas essa atitude, de
empurrar
sua solução
para o cliente, deixa de fora um ponto muito importante.
Vendas são sobre escolha!
O cliente não compra porque você quer, mas porque
ele/ela
quer, de acordo com as suas necessidades! O momento da conversa com o cliente é de sondar as condições e as intenções do cliente para
oferecer a escolha
de adquirir ou não o seu produto.
Contudo, como você encontra essas condições e intenções?
Antes de mais nada, todos já ouviram falar em Sócrates? Antes do grande artilheiro do Corinthians, houve outro Sócrates (470-199 a.C.), o filósofo grego, responsável pela divulgação de um interessante método de fazer perguntas chamado
maiêutica.
Em resumo, a maiêutica é a técnica de
dar à luz
a respostas, a partir de dois momentos. Em primeiro lugar, faz-se perguntas para que o interlocutor duvide de seu próprio saber. Assim, revelam-se as contradições no atual pensamento da pessoa, que são explorados em um segundo momento. Então, leva-se o interlocutor a encontrar novos conceitos a partir da suas próprias dúvidas.
Em vendas, é possível seguir o mesmo caminho. Transforme a frase pronta de “Meu produto é melhor porque ele possui x” em “Você sabe a diferença entre x e y?”. Ofereça o dom da dúvida para que o seu cliente possa decidir por si só.
Mas, como se certificar que o cliente vai “escolher certo”? Afinal, como saber se ele vai achar o meu produto melhor?
Isso mesmo. Melhor é relativo. Por isso, ao fazer perguntas para seu cliente, você não está apenas contrapondo o seu produto com outro. Mas, ao perguntar, você está construindo o caminho que quer que o cliente siga com você.
Por exemplo, se um cliente quiser um carro, e as duas opções são um
Fusca 82
e uma
Ferrari
vermelha. Sob hipótese alguma, diga que a
Ferrari
é melhor, mesmo que
você esteja certo disso. Pois não é sobre você. Pergunte a ele o que ele procura com um carro!
A princípio, cada uma dessas respostas oferece uma possibilidade para esse cliente. Mais ainda, a terceira opção traz uma ambiguidade, que deverá ser sanada com mais perguntas!
Assim, fazer perguntas é o contrário de afirmar algo categoricamente. Apoiado na maiêutica do filósofo Sócrates, o vendedor que faz perguntas coloca o cliente frente a frente com suas próprias dúvidas, conceitos e prioridades. Então, o próprio cliente vai escolher o caminho, sempre amparado nos caminhos que o vendedor for, gentilmente, abrindo.
Ainda que pareça que o métodos de fazer perguntas seja igual a conduzir o cliente para o fechamento da venda, nem sempre é bem assim. Afinal, o cliente pode chegar a conclusões diferentes do vendedor. E isso não é um sinal de que está dando errado.
Toda objeção é uma necessidade que o cliente não conseguiu verbalizar. O ato de verbalizar é importante, pois é o momento em que o cliente se coloca como figura ativa naquela conversa. Portanto, quando ele fala, ele está tomando responsabilidade naquela decisão, certo? Se o cliente por acaso não fala ou é reativo, é sinal de que ele não encontrou a forma de verbalizar o que quer.
Nesse momento, pode-se voltar um pouco e tentar outro caminho. Ou, ainda, pode-se explorar aquele caminho a partir das próprias respostas do cliente. “E como você acha que funcionaria melhor?”. “Em outro momento você disse X, e se fizéssemos assim?”.
Em outro momento, falaremos melhor sobre como lidar com objeções. Traremos exemplos práticos para lidar com elas. Contudo, no momento, lembre-se que objeções não são momentos de desistir ou parar de fazer perguntas. Mantenha o foco no caminho que vocês dois estavam seguindo!
Anteriormente falamos que fazer perguntas é falar menos, certo? Aqui, queremos reforçar o poder de vínculo que as perguntas têm.
Um cliente que ouve, mas também fala, é um cliente que se sentirá seguro e acolhido. Muitos vendedores falam tanto e escutam tão pouco, que o cliente vai parar de respondê-lo em outros momentos. Afinal, ele compreende que o contato do vendedor será sempre uma cobrança.
Então, o ato de fazer perguntas traz um grande ponto positivo para qualquer vendedor. Aprende-se sobre paciência. Aprende-se sobre o outro. Aprende-se sobre timing . E, mais ainda, aprende-se a amarrar bem uma venda. Pois o caminho está sendo seguido desde o começo com o vendedor. E, assim, tem-se uma noção de todo o trajeto feito até ali.
Sócrates dizia “conhece-te a ti mesmo”. Agora, podemos dizer “conhece o teu
lead
”. É conhecendo a fundo seu cliente que você conseguirá compreender melhor como o seu produto se encaixa ali.
Como você lida com perguntas? Gosta de fazê-las? Ainda é reativo? Achou nossas dicas úteis? Deixa sua opinião nos comentários. E, se você tiver alguma dúvida sobre como construir um método de perguntas efetivo para você e sua equipe, fique de olho nos próximos posts. E fale com um dos nossos consultores! A
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está aqui para ajudar você e sua empresa a se conhecerem melhor!
Até a próxima!
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